A mala do Sport Billy

Há dias peguei na minha mala para tirar um pacote de lenços de papel e antes de conseguir agarrar no dito, saiu-me de lá um avião militar, uma betoneira, um BMW preto, um tractor e um bombeiro, e isso fez-me pensar na obsessão das mulheres por malas, e já nem me refiro às Vuitton ou às Birkin da Hermès nem a outras que tais que custam quase o equivalente ao PIB de alguns países subdesenvolvidos, refiro-me a tudo o que sirva para guardar tralhas, não interessa de são compradas na Gucci ou na feira de Caminha, o que importa é terem espaço para guardar tudo, a carteira, os lenços de papel, o telemóvel, o iPod, o estojo de maquilhagem, os comprimidos para as dores de cabeça, o batom do cieiro, o creme para as mãos, um par de collants suplentes porque não vá o diabo tecê-las, a lima das unhas, o estojo de costura em miniatura surripiado de um hotel qualquer para um ou outro botão mais teimoso, os pensos rápidos para os sapatos mais cruéis, o desinfectante para as mãos porque hoje em dia nunca se sabe, e as chaves, muitas chaves, as de casa, as do carro, as de tudo e mais alguma coisa, e a agenda, isto para as mais renitentes em confiarem nos Blackberries, enfim, do que eu gostava era de ter uma mala como a do Sport Billy onde se encontra sempre de tudo, podia lá caber um elefante ou uma nave espacial que o diabo da mala nem sequer pesava mais por isso, bolas, e de facto é uma pena que não existam coisas dessas, inventam-se tantas tralhas, e porque não inventar-se malas do Sport Billy, e já agora, de um material não poluente e biologicamente correcto, que isto de fazer mal ao meio ambiente não tem graça nenhuma e o que está a dar é ser verde…

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